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terça-feira, 16 de novembro de 2010

MODERNISMO

O Modernismo no Brasil começou com a Semana de Arte Moderna de 1922. Mas nem todos os participantes da Semana eram modernistas: o pré-modernista Graça Aranha foi um dos oradores. Apesar de não ter sido dominante no começo, como atestam as vaias da platéia da época, com o tempo suplantou os estilos anteriores.


Era marcado por uma liberdade de estilo e aproximação da linguagem com a linguagem falada; os de primeira fase eram especialmente radicais quanto a isto. Outros modernistas importantes são o prosador Érico Veríssimo e o poeta Carlos Drummond de Andrade, que tem páginas próprias.

Jorge Amado

Jorge Amado nasceu em uma fazenda de cacau em Itabuna, Bahia, em 1912. Fez o curso primário em Ilhéus (com uma professora particular que se tornou personagem de Gabriela Cravo e Canela) e fez o secundário em um internato. Nessa época começou a ler autores ingleses e portugueses. Fugiu para a casa do avô no Sergipe e em 1927 matriculou-se num externato, onde ligou-se a Academia dos Rebeldes, grupo de jovens escritores contrários ao Modernismo.

Apesar disso, Jorge Amado é considerado modernista da segunda geração. Trabalhou em jornais e editoras, tendo fugido do país por perseguições políticas em 1935 e, após eleito deputado federal em 1945, teve seu mandato cassado em 1948 quando o PCB foi posto na ilegalidade. Deixou o país e viajou pelo mundo, recebendo um prêmio na união Soviética em 1951. Em 1961 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Sua obra, que já foi adaptada para várias mídias e traduzida para vários idiomas, é regionalista (trata sempre do NE, especialmente a Bahia) e é dividida em três fases: uma com maiores preocupações sociais, no começo da carreira, outra sobre o ciclo do cacau e outra ainda com maior lirismo.

Na primeira parte incluem-se Capitães de Areia e Mar Morto; na segunda Cacaus, Terras do Sem-Fim e São Jorge de Ilhéus; na terceira, iniciada com Gabriela Cravo e Canela (que apesar de se passar na zona do cacau não é sobre o ciclo do cacau em si), incluem-se Dona Flor e seus Dois Maridos, Teresa Batista Cansada de Guerra e Tieta do Agreste. Jorge Amado é até hoje muito cotado para ganhar o prêmio Nobel de Literatura.

"Naquele ano de 1925, quando floresceu o idílio da mulata Gabriela e do árabe Nacib, a estação das chuvas tanto se prolongara além do normal e necessário que os fazendeiros, como um bando assustado de medrosos, cruzavam-se nas ruas a perguntar uns aos outros, o medo nos olhos e na voz" Gabriela Cravo e Canela

"E aqui termina a história de Nacib e Gabriela quando renasce a chama do amor de uma brasa dormida nas cinzas do peito." Gabriela Cravo e Canela

" Lá estava Vadinho, no chão de paralelepípedos, a boca sorrindo, todo branco e loiro, todo cheio de paz e de inocência. Dona Flor ficou um instante parada, a contemplá-lo como se demorasse a reconhecer o marido ou talvez, mais provavelmente, a aceitar o fato, agora indiscutível, de sua morte. Mas foi só um instante. Com um berro arrancado do fundo das entranhas, atirou-se sobre Vadinho, agarrou-se ao corpo imóvel, a beijar-lhe os cabelos, o rosto pintado de carmim, os olhos abertos, o atrevido bigode, a boca morta, para sempre morta." Dona Flor e seus Dois Maridos

"Eu sou o marido da pobre dona Flor, aquele que vai acordar a tua ânsia e morder o teu desejo, escondido no fundo do teu ser, de teu recato. Ele é o marido da senhora dona Flor, cuida da tua virtude, de tua honra, de teu respeito humano. Ele é tua face matinal, eu sou a tua noite, o amante para o qual não tens nem jeito nem coragem. Somos teus dois maridos, tuas duas faces, teu sim, teu não. Para ser feliz, precisa de nós dois. Quando era eu só, tinhas meu amor e te faltava tudo, como sofrias! Quando foi só ele, tinhas de um tudo, nada te faltavas, sofria ainda mais. Agora, sim, é dona Flor inteira como deves ser." Dona Flor e seus Dois Maridos

Graciliano Ramos

Graciliano Ramos (1892-1953) pode ser considerado um dos mestres do Regionalismo. Suas obras passam-se no NE do Brasil e falam do povo nordestino, da seca, da realidade enfim, com uma linguagem direta e típica da região. Apesar de também Ter sido contista e cronista, é como romancista que se destaca.

Graciliano Ramos nasceu no interior do estado do Alagoas, mas sua família se mudou várias vezes, peregrinando pelo interior do Nordeste. Mais tarde mudou-se para o RJ e depois de volta a Palmeira dos Índios (AL), cidade onde realizou seus estudos. Lá casou, estabeleceu-se no comércio e chegou a ser prefeito da cidade.

Foi nessa época que foi descoberto como romancista: escrevera também o relatório que um editor desconfiara tratar-se de um romancista de gaveta. Estava certo: Graciliano Ramos estava escrevendo havia anos seu primeiro romance, Caetés, com o qual estrearia em sua carreira literária aos 41 anos (relativamente tarde).

Na mesma época de publicação do livro ele completou São Bernardo, primeira obra da trilogia que é sua obra-prima e inclui Angústia e Vidas Secas. Em 1936 foi acusado de comunista e mandado para a prisão, onde foi humilhado e maltratado (o fruto disso seria o livro de memórias chamado Memórias do Cárcere). Em 1945 ele realmente se filiou ao PC e chegou a visitar países além da Cortina de Ferro. Várias das obras de Graciliano Ramos já foram filmadas por consagrados diretores brasileiros.

Dyonélio Machado

Dyonélio Machado (1895-1986) nasceu em Quaraí, Rio Grande do Sul, e formou-se em Medicina em 1929 em Porto Alegre, sendo psiquiatra. Foi também jornalista, chegando a dirigir o jornal Correio do Povo, e deputado pelo PCB, mas foi destituído do cargo com a implantação do Estado Novo. Machado adquiriu notoriedade ao vencer junto com, entre outros, seu amigo Érico Veríssimo, o concurso da ABL em 1935. Machado era, aliás, amigo de muitos dos modernistas e se correspondia com eles, estando alinhado com a Geração de 30. Dyonélio foi o iniciador da prosa urbana gaúcha com o livro Um Pobre Homem. Sua obra de mais repercussão foi Os Ratos, mas também é importante O Louco do Cati entre sua obra.

"Os bem vizinhos de Naziazeno Barbosa assistem ao 'pega' com leiteiro, Por detrás das cercas. Mudos, com a mulher e um que outro filho espantado já de pé àquela hora, ouvem. Todos aqueles quintais conhecidos têm o mesmo silêncio. Noutras ocasiões, quando era apenas a 'briga' com a mulher, esta, como um último desaforo de vítima, dizia-lhe: 'Olha que os vizinhos estão ouvindo'. Depois, à hora da saída, eram aquelas caras curiosaas às janelas, com os olhos fitos nele enquanto ele cumprimentava." Os Ratos

"Ele vê os ratos em cima da mesa, tirando de cada lado do dinheiro - da presa! - roendo-o, arrastando-o para longe dali, para a toca, às migalhas!..." Os Ratos

Raul Bopp

Raul Bopp (1898-1984), gaúcho de Tupaceretã, foi poeta, ensaísta, diplomata e jornalista. Participou da Semana de Arte Moderna e foi muito influenciado pelos Andrade. Sua obra apresenta nacionalismo e construções gramaticais mais audaciosas, com linguagem tipicamente popular.

Clarice Lispector

Clarice Lispector (1925-1977), contista, cronista e romancista de destaque na literatura brasileira, não é brasileira nata: nasceu na Ucrânia e veio para o Brasil ainda criança. Com 12 anos transfere-se do Recife onde morava para o Rio de Janeiro para cursar o secundário. Mas já escrevia antes disso: aos sete anos mandava contos ao semanário infantil.

Sempre recusados. Ainda estudante escreve seu primeiro romance (Perto do Coração Selvagem). Lispector tem um prosa introspectiva e intimista, que explora os caráter do ser humano e os conflitos interiores, com um estilo dramático e por vezes inteligentemente irônico. Além de vários romances como A hora da Estrela e A Paixão segundo G.H., Clarice escreveu contos.

"Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas continuarei a escrever. Como começar pelo início, se as coisas acontecem antes de acontecer? Se antes da pré-pré-história já havia os monstros apocalípticos? Se esta história não existe, passará a existir. Pensar é um ato. Sentir é um fato. Os dois juntos - sou eu que escrevo o que estou escrevendo.

Deus é o mundo. A verdade é sempre um contato interior e inexplicável. A minha vida mais verdadeira é irreconhecível, extremamente interior e não tem uma só palavra que a signifique. Meu coração se esvaziou de todo desejo e reduz-se ao próprio último ou primeiro pulsar. A dor de dentes que perpassa esta história deu uma fisgada funda em plena boca nossa. Então eu canto alto agudo uma melodia sincopada e estridente - é a minha própria dor, eu carrego o mundo e há falta de felicidade. Felicidade? Nunca vi palavra mias doida, inventada pelas nordestinas que andam aí aos montes." A Hora da Estrela

"Acho com alegria que ainda não chegou a hora de estrela de cinema de Macabéa morrer. Pelo menos ainda não consigo adivinhar se lhe acontece o homem louro e estrangeiro. Rezem por ela e que todos interrompam o que estão fazendo para soprar-lhe vida, pois Macabéa está por enquanto solta ao acaso como a porta balançando ao vento no infinito, Eu poderia resolver pelo caminho mais fácil, matar a menina-infante, mas quero o pior: a vida. Os que me lerem, assim, levem um soco no estômago para ver se é bom. A vida é um soco no estômago." A Hora da Estrela

Antônio de Alcântra Machado

Antônio Castilho de Alcântara Machado d'Oliveira (1901-1935) foi um importante escritor modernista da primeira fase, apesar de não ter participado da Semana de Arte Moderna de 1922. Apesar de não ser tão radical como os outros modernistas contemporâneos seus, usava uma linguagem em seus contos que se aproximava muito do falado.

Seus personagens de Brás, Bexiga e Barra Funda falavam uma mistura muito peculiar de italiano e português. Machado nunca chegou a completar seu romance Mana Maria, que foi publicado um ano depois de sua prematura morte. Pouco antes do fim da vida rompeu relações com Oswald de Andrade por motivos ideológicos, ao mesmo tempo em que sua amizade com Mário de Andrade se estreitava.

"O primeiro serviço profissional de Bruno foi requerer ao exmo. snr. dr. Ministro da Justiça e Negócios Interiores do Brasil a naturalização de Tranquillo Zampinetti, cidadão italiano residente em São Paulo." Brás, Bexiga e Barra Funda

Ronald de Carvalho

Ronald de Carvalho (1883-1935) foi um dos participantes da Semana de Arte Moderna de 1922. Ensaísta e crítico, sobressaiu-se como poeta e declamador. Quando durante a Semana declamou a famosa poesia Os Sapos, de Manuel Bandeira, recebeu uma das maiores vaias de toda a apresentação. Em sua poesia abusava do verso livre, em contraposição a formalidade dos parnasianos.

Cassiano Ricardo

O paulista Cassiano Ricardo Leite (1895-1974) foi um dos líderes do Movimento Verde e Amarelo do início do Modernismo brasileiro. Ensaísta, jornalista e crítico, sobressaiu-se como poeta. Apesar do início parnasiano, chegou a ter influência concretista. Foi membro da Academia Brasileira de Letras.

RESUMO DO LIVRO O ALIENISTA, "MACHADO DE ASSIS



Através da obsessão científica do Dr. Simão Bacamarte e de suas conseqüências para a vida de Itaguaí, Machado de Assis faz neste livro a crítica da importação indiscriminada de teorias deterministas e positivistas em nosso país.
I- Narrador

Em O Alienista ,escrito em terceira pessoa, Machado de Assis usa, inicialmente, a autoridade das crônicas antigas, como podemos perceber no início do texto: 'As crônicas da Vila de Itaguaí que em tempos remotos vivera ali um certo médico...' Em ritmo de 'era uma vez' dá-se o começo da narrativa. Três expressões assumem um papel de relevo neste primeiro contato nosso com o narrador: crônicas, tempos remotos e o vivera. As três reforçam a antigüidade da história, dando-lhe a mesma autoridade que o amarelado empresta aos livros. As crônicas trazem a respeitabilidade do que é aceito pela tradição como verdadeiro. Se elas dizem, não há que contestar. Os tempos remotos servem para distanciar esta narrativa do tempo presente, evitando qualquer deturpação por interesses imediatos. Finalmente, o verbo no pretérito mais-que-perfeito - vivera - reforça os já distanciados tempos remotos. Assim, uma expressão intensifica a outra, cabendo-nos perguntar por que o narrador se interessaria tanto em manter a história restrita a um tempo passado, e bastante passado. A resposta já foi colocada no início do parágrafo anterior: a distância no tempo aumenta a respeitabilidade da narração, pretendendo dar-lhe uma autoridade quase que incontestável, além de favorecer um distanciamento crítico do narrador-cronista em relação à história. Entretanto, caso este narrador-cronista queira deturpá-la em proveito próprio, ele não pode fazê-lo, pois notamos no livro a presença de um segundo narrador, que reconta a história, parecendo garantir a isenção da mesma. O foco narrativo deste segundo narrador está em conformidade com os princípios da literatura realista; isto é, trata-se de um narrador-onisciente, preocupado com a objetividade. Embora este narrador tenha a capacidade de nos trazer os aspectos íntimos dos vários personagens, o que não poderia ser feito pelo narrador-cronistas, ele centraliza a sua atenção em Simão Bacamarte protagonista do conto. Ao mesmo tempo, procura mostrar aqueles que se revelam mais decadentes e denunciadores dos tipos humanos presentes em O Alienista. Por exemplo quando a esposa do boticário Crispim está presa no hospício e ele não vem libertá-la, o narrador a faz desfilar uma série de acusações ao marido. Estas acusações estão em desacordo com o comportamento da personagem ao longo da história - ela sempre pareceu acatar e respeitar o marido - revelando, assim, que na verdade a personagem até então apenas 'mantinha as aparências', era cúmplice do marido. '- Tratante!...velhaco!...ingrato!...Um patife que tem feito casas à custa de ungüentos falsificados e podres...Ah! tratante!...' E assim por diante...Através da 'loucura' de vários personagens [pelo menos assim o julgava o Dr. Bacamarte - o alienista], o narrador vai mostrando as misérias humanas, o que demonstra ser intrusa e não imparcial a sua onisciência. Entretanto, a suposta 'confiabilidade' do narrador-cronista e a suposta 'objetividade' do narrador-onisciente relativizam aos olhos do leitor, esta intrusão, fazendo predominar a impressão de isenção do[s] narrador[es] que é característica da literatura realista.
II- Enredo

O Dr. Simão Bacamarte, médico da Corte, volta à terra natal, Itaguaí, para entregar-se de corpo e alma ao estudo da ciência. Com o tempo, resolve dedicar-se ao estudo da loucura, fundando o seu manicômio, a Casa Verde.

Com persistência e abnegação, o médico vai trabalhando com os desequilibrados mentais que mandava recolher à Casa Verde, sempre buscando entender o que era loucura. Vem-lhe então à mente uma nova teoria que alarga o conceito de loucura, acabando com a antiga e aceita distinção entre normalidade e alienação mental.

Expõe a nova teoria ao padre Lopes, o clérigo de Itaguaí, que a acha perigosa:
'Com a definição atual, que á de todos os tempos', acrescentou, 'a loucura e a razão estão perfeitamente delimitadas. Sabe-se onde uma acaba e onde a outra começa. Para que transpor a cerca?'

No entanto, é destruída a cerca...O sábio começa a encerrar em seu manicômio uma grande quantidade de pessoas, cujo comportamento era até então considerado 'normal' pela sociedade: os que possuíam 'mania' de oratória, como Martim Brito, os vaidosos, como o albardeiro Mateus, os excessivamente corteses, como Gil Bernardes, os emprestadores de dinheiro, como o Costa, e, dentre todos eles, a própria esposa, Dona Evarista, que passara a noite hesitando entre um colar de granada e outro de safira para ir ao baile...É bom que se diga que o padrão da normalidade era constituído pelos critérios do alienista, obviamente em consonância com os ditames da Igreja e dos poderes constituídos.

Tão grande foi o número de internações, várias aparentemente injustas, que ocorre uma rebelião em Itaguaí, liderada pelo barbeiro Porfírio. Este prometera destruir a Casa Verde, mas uma vez no poder entra em acordo com o Dr. Bacamarte. Isso basta para que haja uma nova revolta, liderada por outro barbeiro, o João Pina. Um destacamento militar, vindo da capital, põe fim às desordens em Itaguaí e o médico pôde prosseguir seu trabalho.

Com o tempo, as conclusões do alienista sobre a loucura alteram-se drasticamente.

Louco não é mais o desequilibrado, mas sim aquele que exibe um perfeito equilíbrio das funções mentais. Por causa disso, Simão Bacamarte liberta os antigos loucos e passa a prender os novos, como o padre Lopes, a esposa do boticário Crispim e o barbeiro Porfírio: primeiramente preso pela inconsistência de sua rebelião; depois, por ter percebido essa mesma inconsistência, e se recusado a liderar outra rebelião...
Com alguns meses de tratamento, todos foram soltos após revelarem algum desequilíbrio, provando que estavam curados, mas o nosso alienista não fica contente: ainda não chegara a uma conclusão em suas pesquisas. Começa a desconfiar que ela não havia curado ninguém, que os pacientes só haviam revelado um desequilíbrio que já possuíam anteriormente. Com isso, desloca seu estudo para si mesmo. Certifica-se de que é a única pessoa realmente equilibrada de toda a vila e se tranca na Casa Verde, declarando-se ao mesmo tempo médico e paciente. Morre depois de alguns meses.

O enredo deste conto, além de discutir ironicamente as fronteiras entre a razão e a loucura, também coloca a questão do poder. Todos os que o exercem em Itaguaí, incluindo-se dentre eles o revoltoso barbeiro Porfírio, fizeram uma composição com Simão Bacamarte, o que sugere que tanto a razão quanto a loucura são usadas pelo poder, dependendo de seu interesse. Por isso nada foi feito de efetivo contra a Casa Verde, tendo disso os prisioneiros liberados pelo próprio alienista. Assim, podemos concluir esta primeira leitura possível com um pessimismo machadiano: 'O mal não parece estar no 'racional' ou no 'normal' mas no humano...'

Conjutos númericos

1 - A teoria avançada dos conjuntos foi desenvolvida por volta do ano 1872 pelo matemático alemão Georg Cantor (1845 / 1918) e aperfeiçoada no início do século XX por outros matemáticos, entre eles, Ernst Zermelo (alemão - 1871/1956), Adolf Fraenkel (alemão - 1891/ 1965), Kurt Gödel (austríaco - 1906 /1978), Janos von Newman (húngaro - 1903 /1957), entre outros.

O que se estuda deste assunto ao nível do segundo grau e exigido em alguns vestibulares, é tão somente uma introdução elementar à teoria dos conjuntos, base para o desenvolvimento de temas futuros, a exemplo de relações, funções, análise combinatória, probabilidades, etc

2 - Conjunto: conceito primitivo; não necessita, portanto, de definição.

Exemplo: conjunto dos números pares positivos: P = {2,4,6,8,10,12, ... }.

Esta forma de representar um conjunto, pela enumeração dos seus elementos, chama-se forma de listagem. O mesmo conjunto também poderia ser representado por uma propriedade dos seus elementos ou seja, sendo x um elemento qualquer do conjunto P acima, poderíamos escrever:
P = { x | x é par e positivo } = { 2,4,6, ... }.

2.1 - Relação de pertinência:

Sendo x um elemento do conjunto A , escrevemos x Î A,
onde o símbolo Î significa "pertence a".
Sendo y um elemento que não pertence ao conjunto A , indicamos esse fato com a notação
y Ï A.

O conjunto que não possui elementos , é denominado conjunto vazio e representado por f .
Com o mesmo raciocínio, e opostamente ao conjunto vazio, define-se o conjunto ao qual pertencem todos os elementos, denominado conjunto universo, representado pelo símbolo U.
Assim é que, pode-se escrever como exemplos:
Æ = { x; x ¹ x} e U = {x; x = x}.

2.2 - Subconjunto

Se todo elemento de um conjunto A também pertence a um conjunto B, então dizemos que
A é subconjunto de B e indicamos isto por A Ì B.

Notas:
a) todo conjunto é subconjunto de si próprio. ( A Ì A )
b) o conjunto vazio é subconjunto de qualquer conjunto. (Æ Ì A)
c) se um conjunto A possui m elementos então ele possui 2m subconjuntos.
d) o conjunto formado por todos os subconjuntos de um conjunto A é denominado
conjunto das partes de A e é indicado por P(A).
Assim, se A = {c, d} , o conjunto das partes de A é dado por P(A) = {f , {c}, {d}, {c,d}}
e) um subconjunto de A é também denominado parte de A.

3 - Conjuntos numéricos fundamentais

Entendemos por conjunto numérico, qualquer conjunto cujos elementos são números. Existem infinitos conjuntos numéricos, entre os quais, os chamados conjuntos numéricos fundamentais, a saber:

3.1 - Conjunto dos números naturais

N = {0,1,2,3,4,5,6,... }

3.2 - Conjunto dos números inteiros

Z = {..., -4,-3,-2,-1,0,1,2,3,... }
Nota: é evidente que N Ì Z.

3.3 - Conjunto dos números racionais

Q = {x | x = p/q com p Î Z , q Î Z e q ¹ 0 }. (o símbolo | lê-se como "tal que").
Temos então que número racional é aquele que pode ser escrito na forma de uma fração p/q onde p e q são números inteiros, com o denominador diferente de zero.
Lembre-se que não existe divisão por zero!.
São exemplos de números racionais: 2/3, -3/7, 0,001=1/1000, 0,75=3/4, 0,333... = 1/3,
7 = 7/1, etc.

Notas:
a) é evidente que N Ì Z Ì Q.
b) toda dízima periódica é um número racional, pois é sempre possível escrever uma dízima periódica na forma de uma fração.
Exemplo: 0,4444... = 4/9

3.4 - Conjunto dos números irracionais

Q' = {x | x é uma dízima não periódica}. (o símbolo | lê-se como "tal que").
Exemplos de números irracionais:
p = 3,1415926... (número pi = razão entre o comprimento de qualquer circunferência e o seu diâmetro)
2,01001000100001... (dízima não periódica)
Ö 3 = 1,732050807... (raiz não exata).

3.5 - Conjunto dos números reais

R = { x | x é racional ou x é irracional }.

Notas:
a) é óbvio que N Ì Z Ì Q Ì R
b) Q' Ì R
c) um número real é racional ou irracional; não existe outra hipótese!

4 - Intervalos numéricos

Dados dois números reais p e q, chama-se intervalo a todo conjunto de todos números reais compreendidos entre p e q , podendo inclusive incluir p e q. Os números p e q são os limites do
intervalo, sendo a diferença p - q , chamada amplitude do intervalo.
Se o intervalo incluir p e q , o intervalo é fechado e caso contrário, o intervalo é dito aberto.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

TIPOS DE CLIMAS DO BRASIL

O Brasil, dada sua vasta extensão territorial, de dimensões continentais, possui uma tipologia climática variada. Além de sua extensão, outros fatores
influentes nos diversos climas brasileiros são as condições de temperatura, altitude, pressão e proximidade com o oceano. Esta grande diferenciação climática do país resulta, por sua vez, em paisagens vegetais bastante variadas, o que faz do Brasil um dos países detentores do ecossistema mais variado e complexo no mundo.
O território brasileiro está dividido em faixas climáticas: 92% do território localiza-se entre a linha do Equador e o Trópico de Capricórnio. Portanto, pode-se dizer que o clima brasileiro é predominantemente tropical, ainda apresentando faixas equatoriais e sub-tropicais (zonas temperadas) distribuídos entre os 8% restantes do território. A predominância de altitudes mais baixas ao longo do território nacional acarretam em temperaturas mais elevadas. as temperaturas médias predominantes são superiores a 20 C.
Inicialmente, o Brasil é um dos únicos países no mundo a apresentar a chamada floresta equatorial (ao lado do Congo, na África), circunscrita ao clima equatorial. Este clima prevalece na região da Floresta Amazônica, apresentando características como temperaturas médias que oscilam entre 24 e 26 C e índice pluviométrico de médias superiores a 2.500 mm/ano (o mais alto índice referente ao regime de chuvas do território brasileiro). A vegetação da área compreendida por este tipo de clima corresponde à chamada floresta equatorial (hiléia amazônica).

O clima tropical: atua nas regiões do Planalto Central, além de áreas do nordeste e do sudeste brasileiros. Este clima é caracterizado por duas estações quentes distintas por ano, apresentando temperatura média superior a 20 C. Quanto ao regime de chuvas, o índice pluviométrico anual varia entre os parâmetros de 1.000 e 1.500 mm/ano. A vegetação das áreas circunscritas a este tipo de clima é tipicamente de cerrado, apresentando arbustos de casca grossa e gramíneas. Já nas áreas adjacentes aos rios, há a presença constante de matas ciliares.

Nas regiões mais altas circunscritas pelos planalto atlântico no sudeste, e ainda na regiões ao sul de Mato Grosso do Sul e ao norte do Paraná, o clima predominante é o chamado tropical de altitude. Este tipo de clima é caracterizado pelas médias de temperatura oscilantes entre 18 e 22 C, apresentando um regime de chuvas anuais cujo índice varia entre 1.000 e 1.500 mm/ano. A floresta de araucárias (Serra do Mar e Serra da Mantiqueira) e a mata tropical predominam nas regiões mais altas destas áreas descritas, enquanto nas demais regiões a mata tropical encontra-se em estado avançado de devastação.

O chamado clima tropical atlântico: predomina em praticamente toda a faixa litorânea brasileira, estendendo-se desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Tal clima tem por temperatura média anual uma faixa de variação entre 18 e 26 C, possuindo índice pluviométrico médio variando em torno de 1.200 mm/ano. O quadro vegetal desta área é composto pela chamada Mata Atlântica, constituindo uma das áreas vegetais que mais sofreram com a devastação: a região do estado de São Paulo, detentora de 82% da Mata Atlântica original, se encontra atualmente reduzida a ínfimos 5%.

O chamado clima semi-árido: corresponde ao sertão a estas regiões é a estende-se pelos territórios correspondentesnordestino, incluindo o vale do Rio São Francisco, até o norte do estado de Minas Gerais. Os índices pluviométricos destas áreas são os mais baixos do país, apresentando um média inferior a 800 mm anuais. Em contrapartida, as temperaturas médias anuais correspondem às maiores no território brasileiro, oscilando por cerca de 27 C. A vegetação correspondentecaatinga, encerrando vegetais de feições retorcidas e espinhosas, com grande constância de plantas cactáceas.

A região de climas mais frios no Brasil corresponde à faixa territorial situada abaixo do Trópico de Capricórnio , abrangendo os estados sulistas, com exceção do norte do Paraná. O clima subtropical destas regiões apresenta temperaturas médias inferiores a 20 C, com índice pluviométrico variando entre 2.000 e 1.500 mm anuais. Tal região circunscrita a essa faixa climática apresenta os invernos mais rigorosos do país, sobretudo nas áreas de maior altitude, onde inclusive podem ocorrer nevascas. A tipologia vegetal dominante constitui a chamada floresta de araucária (zonas de altitude mais elevada) e ainda as gramíneas (zonas mais baixas, como os Pampas gaúchos e a Depressão Periférica). A mata das araucárias também sofreu grandes devastações, mas há a ocorrência de áreas de reflorestamento.

Dada a vasta extensão das regiões costeiras ou litorâneas no Brasil, o clima das diversas regiões brasileiras, de norte a sul, sofrem a influência das correntes oceânicas atlânticas, sobretudo na própria faixa litorânea. As correntes que atuam de maneira mais direta nas variações climáticas brasileiras são a Equatorial Norte e a corrente do Brasil (correntes quentes) e ainda a Corrente das Falklands/Malvinas (correntes frias).

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

CARTOGRAFIA

A arte de traçar mapas começou com os gregos que, no século VI a.C., em função de suas expedições militares e de navegação, criaram o principal centro de conhecimento geográfico do mundo ocidental. O mais antigo mapa já encontrado foi confeccionado na Suméria, em uma pequena tábua de argila, e representa um Estado. A confecção de um mapa normalmente começa a partir da redução da superfície da Terra em seu tamanho. Em mapas que figuram a Terra por inteiro em pequena escala, o globo se apresenta como a única maneira de representação exata. A transformação de uma superfície esférica em uma superfície plana, recebe a denominação de projeção cartográfica.

Cartografia, portanto, é a arte e ciência de graficamente representar um área geográfica em uma superfície plana como em um mapa ou gráfico (normalmente no papel ou monitor). As representações de área podem incluir superimposições de diversas informações sobre a mesma área através de símbolos, cores, entre outros.

A Cartografia data da pré-história quando era usada para delimitar territórios de caça e pesca. Na Babilônia os mapas do mundo eram impressos em madeira num disco liso, mas foram Eratosthenes de Cirene e Hiparco (século III a.C.) que construíram as bases da moderna cartografia com um globo como forma e um sistema de longitudes e latitudes. Ptolomeu desenhava os mapas em papel com o mundo dentro de um círculo, sendo imitado na maioria dos mapas feitos até a Idade Média. Foi só com a era dos descobrimentos que os dados coletados durante as viagens tornaram os mapas mais exatos.

Com a descoberta do novo mundo, a cartografia começou a trabalhar com projeções de superfícies curvas em impressões planas. A mais usada e conhecida é a projeção Mercator.

Hoje em dia a cartografia é feita através de fotometria e de sensoriamento remoto por satélite e, com a ajuda de computadores, mais informações podem ser visualizadas e analisadas pelos geógrafos, fazendo mapas que chegam a ter precisão de até 1 metro.

Mapas

A localização de qualquer lugar na Terra pode ser mostrado num mapa. Mapas são normalmente desenhados em superfícies planas em proporção reduzida do local da Terra escolhido. Nenhum mapa impresso consegue mostrar todos os aspectos de uma região. Mapas em contraposição a foto aéreas e dados de satélite podem mostrar muito mais do que apenas o que pode ser visto. Podem mostrar, por exemplo: concentração populacional, diferenças de desenvolvimento social, concentração de renda, entre outros. Os mapas, por sua representação plana, não representam fielmente um mundo geóide como a Terra, o que levou cartógrafos a conceberem globos, que imitam a forma da Terra.

Os mapas mais comuns são os políticos e topográficos, o primeiro representando graficamente os continentes e as fronteiras entre os países e o segundo representando o relevo em níveis de altura (normalmente também incluindo os rios mais importantes). Para desenhar mapas cartográficos depende-se de um sistema de localização com longitudes e latitudes, uma escala, uma projeção e símbolos. Hoje em dia, boa parte do material necessário ao cartógrafo é obtido de sensoriamento remoto com foto de satélite ou aerofotometria. No projeto RADAM - que mapeou o Brasil nas décadas de 70 e 80 - usou-se mais de aerofotometria e os primeiros mapas novos do país estarão saindo do IBGE em 1996. O departamento de cartografia da ONU é responsável pela manutenção do mapa mundial oficial em escala 1/1.000.000 e todos os países enviam seus dados mais recentes para este departamento.

Projeções

A transferência de uma esfera para a área plana do mapa seria impossível se os cartógrafos não se usassem de uma técnica matemática chamada projeção. Para ilustrar esta técnica podemos imaginar como seria se abríssemos uma esfera e achatássemos ela para a forma de um plano: partes da esfera original teriam que ser esticadas para podermos fazer isto, em especial as áreas mais próximas aos os pólos, criando grandes deformações de área em um mapa mundial, se comparássemos os países perto do equador com os mais perto do pólo.

Estas técnicas de projeções vem desde os mapas da Grécia com Ptolomeu no séc. II, e foram evoluindo até que logo após a renascença o holandês Mercartor concebeu a mais simples técnica de projeção, a qual é dada seu nome. É a projeção de mapas do mundo mais conhecida até hoje. Para a representação de países, entretanto, normalmente se usa a projeção bicônica. Outras técnicas foram evoluindo até os dias de hoje, e muitas outras projeções tentaram desfazer as desigualdades de área perto dos pólos com as de perto do equador, entre elas a projeção de Gall, que permite se manter a familiaridade do mapa-múndi e ao mesmo tempo diminuir as distorções.

Sabemos que a maneira mais adequada de representar a Terra como um todo é por meio de um globo. Porém, precisamos de mapas planos para estudar a superfície do planeta. Transformar uma esfera em uma área plana do mapa seria impossível se os cartógrafos não utilizassem uma técnica matemática chamada projeção. No entanto, imagine como seria se abríssemos uma esfera e a achatássemos para a forma de um plano. Com isso, as partes da esfera original teriam que ser esticadas, principalmente nas áreas mais próximas aos os pólos, criando grandes deformações de área. Então, para chegar a uma representação mais fiel possível, os cartógrafos desenvolveram vários métodos de projeções cartográficas, ou seja, maneiras de representar um corpo esférico sobre uma superfície plana.

Como toda projeção resulta em deformações e incorreções, às vezes algumas características precisam ser distorcidas para representarmos corretamente as outras. As deformações podem acontecer em relação às distâncias, às áreas ou aos ângulos. Conforme o sistema de projeção utilizado, as maiores alterações da representação localizam-se em uma ou outra parte do globo: nas regiões polares, nas equatoriais ou nas latitudes médias. É o cartógrafo define qual é a projeção que vai atender aos objetivos do mapa.

A projeção mais simples e conhecida é a de Mercator (nome do holandês que a criou). Outras técnicas foram evoluindo e muitas outras projeções tentaram desfazer as desigualdades de área perto dos pólos com as de perto do equador, como por exemplo a projeção de Gall. Como não há como evitar as deformações, classifica-se cada tipo de projeção de acordo com a característica que permanece correta. Temos então:

Cilíndricas
: consistem na projeção dos paralelos e meridianos sobre um cilindro envolvente, que é posteriormente desenvolvido (planificado). Uma das projeções cilíndricas mais utilizadas é a de Mercator, com uma visão do planeta centrada na Europa.




Cônicas: é a projeção do globo terrestre sobre um cone, que posteriormente é planificado. São mais usadas para representar as latitudes médias, pois apenas as áreas próximas ao Equador aparecem retas.




Azimutais: é a projeção da superfície terrestre sobre um plano a partir de um determinado ponto (ponto de vista). Também chamadas planas ou zenitais, essas projeções deformam áreas distantes desse ponto de vista central. São bastante usadas para representar as áreas polares.

O ESPAÇO GEOGRÁFICO


O Espaço geográfico é o palco das realizações humanas, no entanto, abriga todas as partes do planeta passíveis de serem analisadas, catalogadas e classificadas pelas inúmeras especialidades da ciência geográfica.

Quando especificamos o Espaço geográfico, como por exemplo, o espaço geográfico do Domínio do Cerrado nos referimos ao conjunto de elementos naturais tais como relevo, clima, vegetação, hidrografia entre outros, e a partir dessa análise temos dados homogêneos que nos leva a pensar que cada um dos elementos será resultado da interligação entre eles, por exemplo, o solo do cerrado é rico em hidróxido de alumínio, portanto sua vegetação sofre reflexos, pois suas folhas e galhos são retorcidos devido a esse fator, também sabemos que o clima é tropical sub-úmido com um período de seca e um chuvoso, essas informações já são concretas.

No entanto, surgiram novos conceitos acerca desse tema. A configuração da hierarquia das cidades provavelmente é proveniente do estudo do conjunto de atividades de bens e serviços disponíveis para aquelas populações que vivem nas proximidades (áreas rurais, cidades menores), nesse exemplo existe um espaço hierárquico e não homogêneo, como no caso do cerrado.

A Geografia Cultural na análise do ser humano disponibiliza outra definição para o significado de Espaço Geográfico: lugar onde os seres vivos, inclusive os humanos, buscam instituir laços afetivos relacionados ao respeito ou mesmo ao temor.

Os espaços sagrados formados por um conjunto de ritos religiosos e culturais são exemplos de conceitos que a expressão pode ter.

O ESPAÇO MODIFICADO

O espaço geográfico é aquele que foi modificado pelo homem ao longo da história. Que contém um passado histórico e foi transformado pela organização social, técnica e econômica daqueles que habitaram ou habitam os diferentes lugares (“o espaço geográfico é o palco das realizações humanas”).

Um conceito bastante presente na geografia em geral, o espaço geográfico apresenta definição bastante complexa e abrangente. Outros conceitos também relacionados ao espaço geográfico, ou antes, que estão contidos nele são: lugar, que é um conceito ligado a um local que nos é familiar ou que faz parte de nossa vida, e paisagem que é a porção do espaço que nossa visão alcança e é produto da percepção.

A primeira definição de “espaço” foi feita pelo filósofo Aristóteles para o qual este era inexistência do vazio e lugar como posição de um corpo entre outros corpos. Aristóteles ignorava o homem como constituinte do espaço, contudo, ele já considerava um aspecto importante da estrutura do espaço geográfico, a localização.

Mais adiante, no século XVIII, Immanuel Kant define o espaço como sendo algo não passível de percepção, porém, o que permite haver a percepção. Ou seja, Kant introduziu a idéia de que o espaço é algo separado dos demais elementos espaciais. Entretanto, suas idéias não permitem concebê-lo como algo constituído de significado ou estrutura própria.

Mais tarde, outros filósofos inserem o homem como um componente essencial para a compreensão do espaço, com ser que cria e modifica espaços de acordo com suas culturas e objetivos. Por último, seguiu-se a concepção filosófica de espaço proposta por Maurice Merleau-Ponty: “O espaço não é o meio (real ou lógico) onde se dispõe as coisas, mas o meio pelo qual a posição das coisas se torna possível.”. Todas estas são concepções filosóficas do espaço que, entretanto, diferem um pouco da concepção geográfica.

A concepção geográfica de espaço que predominou de 1870 a meados de 1950, embora este ainda não fosse considerado como objeto de estudo, foi a introduzida por Ratzel e Hartshorne para os quais a concepção de “espaço vital” se confundia com a de território a medida em que era atrelado à ele uma relação de poder. Hatshorne usa o conceito de Kant, ou seja, para ele o espaço em si não existe, o que existe são os fenômenos que se materializam neste referencial. Aqui, espaço e tempo são desprezados.

A partir de 1950 o espaço passa a ser associado à noção de “planície isotrópica” (superfície plana com as mesmas propriedades físicas em todas as direções, homogênea) sob a ação de mecanismos unicamente econômicos (uso da terra, relações centro – periferia, etc.).

Em 1970 surge uma nova concepção atrelada à geografia crítica, que tem com base os pensamentos marxistas e para a qual o espaço é definido como o locus da reprodução das relações sociais de produção. Nesta concepção espaço e sociedade estão intimamente ligados.

Mais tarde surge uma nova concepção epistemológica para geografia que passa a encarar o espaço como fenômeno materializado. Ou, nas palavras de ALVES (1999), o espaço “é produto das relações entre homens e dos homens com a natureza, e ao mesmo tempo é fator que interfere nas mesmas relações que o constituíram. O espaço é, então, a materialização das relações existentes entre os homens na sociedade.”

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

INTRODUÇÃO A CONJUTOS NUMÉRICOS

INTRODUÇÃO
Todo número natural é inteiro, isto é, N é um subconjunto de Z
Conjuntos Numéricos
I) Números Naturais
N = { 0 , 1 , 2 , 3 , ... }
II) Números Inteiros
Z = { ... , -2 , -1 , 0 , 1 , 2, ... }
III) Números Racionais
- São aqueles que podem ser expressos na forma a/b, onde a e b são inteiros quaisquer, com b diferente de 0.

Q ={x/x = a/b com a e b pertencentes a Z
com b diferente de 0 }

Assim como exemplo podemos citar o –1/2 , 1 , 2,5 ,...

-Números decimais exatos são racionais

Pois 0,1 = 1/10

2,3 = 23/10 ...

- Números decimais periódicos são racionais.

0,1111... = 1/9

0,3232 ...= 32/99

2,3333 ...= 21/9

0,2111 ...= 19/90

-Toda dízima periódica 0,9999 ... 9 ... é uma outra representação do número 1.


IV) Números Irracionais
- São aqueles que não podem ser expressos na forma a/b, com a e b inteiros e b diferente de 0.
-São compostos por dízimas infinitas não periódicas.
Exs: V) Números Reais
- É a reunião do conjunto dos números irracionais com o dos racionais.

O EGITO ANTIGO

INTRODUÇÃO
A civilização egípcia antiga desenvolveu-se no nordeste africano (margens do rio Nilo) entre 3200 a.C (unificação do norte e sul) a 32 a.c (império romano)
Como a região é formada por um deserto (Saara), o rio Nilo ganhou uma extrema importância para os egípcios. O rio era utilizado como via de transporte (através de barcos) de mercadorias e pessoas. As águas do rio Nilo também eram utilizadas para beber, pescar e fertilizar as margens, nas épocas de cheias, favorecendo a agricultura.
A sociedade egípcia estava dividida em várias camadas, sendo que o faraó era a autoridade máxima, chegando a ser considerado um deus na Terra. Sacerdotes, militares e escribas (responsáveis pela escrita) também ganharam importância na sociedade. Esta era sustentada pelo trabalho e impostos pagos por camponeses, artesãos e pequenos comerciantes. Os escravos também compunham a sociedade egípcia e, geralmente, eram pessoas capturadas em guerras .Trabalhavam muito e nada recebiam por seu trabalho, apenas água e comida.



A ESCRITA EGÍPCIA
A escrita egípcia também foi algo importante para este povo, pois permitiu a divulgação de idéias, comunicação e controle de impostos. Existiam duas formas principais de escrita: a escrita demótica (mais simplificada e usada para assuntos do cotidiano) e a hieroglífica (mais complexa e formada por desenhos e símbolos). As paredes internas das pirâmides eram repletas de textos que falavam sobre a vida do faraó, rezas e mensagens para espantar possíveis saqueadores. Uma espécie de papel chamado papiro, que era produzido a partir de uma planta de mesmo nome, também era utilizado para registrar os textos.
A ECONOMIA
A economia egípcia era baseada principalmente na agricultura que era realizada, principalmente, nas margens férteis do rio Nilo. Os egípcios também praticavam o comércio de mercadorias e o artesanato. Os trabalhadores rurais eram constantemente convocados pelo faraó para prestarem algum tipo de trabalho em obras públicas (canais de irrigação, pirâmides, templos, diques).
A RELIGIÃO
A religião egípcia era repleta de mitos e crenças interessantes. Acreditavam na existência de vários deuses (muitos deles com corpo formado por parte de ser humano e parte de animal sagrado) que interferiam na vida das pessoas. As oferendas e festas em homenagem aos deuses eram muito realizadas e tinham como objetivo agradar aos seres superiores, deixando-os felizes para que ajudassem nas guerras, colheitas e momentos da vida. Cada cidade possuía deus protetor e templos religiosos em sua homenagem.Como acreditavam na vida após a morte, mumificavam os cadáveres dos faraós colocando-os em pirâmides, com o objetivo de preservar o corpo. A vida após a morte seria definida, segundo crenças egípcias, pelo deus Osíris em seu tribunal de julgamento. O coração era pesado pelo deus da morte, que mandava para uma vida na escuridão aqueles cujo órgão estava pesado (que tiveram uma vida de atitudes ruins) e para uma outra vida boa aqueles de coração leve. Muitos animais também eram considerados sagrados pelos egípcios, de acordo com as características que apresentavam : chacal (esperteza noturna), gato (agilidade), carneiro (reprodução), jacaré (agilidade nos rios e pântanos), serpente (poder de ataque), águia (capacidade de voar), escaravelho (ligado a ressurreição).
A CULTURA
A civilização egípcia destacou-se muito nas áreas de ciências. Desenvolveram conhecimentos importantes na área da matemática, usados na construção de pirâmides e templos. Na medicina, os procedimentos de mumificação, proporcionaram importantes conhecimentos sobre o funcionamento do corpo humano.
No campo da arquitetura podemos destacar a construção de templos, palácios e pirâmides. Estas construções eram financiadas e administradas pelo governo dos faraós. Grande parte delas eram erguidas com grandes blocos de pedra, utilizando mão-de-obra escrava. As pirâmides e a esfinge de Gizé são as construções mais conhecidas do Egito Antigo.





terça-feira, 9 de novembro de 2010

A TEORIA DA EVOLUÇÃO

Os primeiros habitantes da terra

A pré-história é o período anterior ao aparecimento da escrita, por volta do ano 4000 a.C..Seu estudo depende da análise de documentos não-escritos, como restos de armas, utensílios, pinturas, desenhos e ossos. O gênero HOMO apareceu entre 4 e 1 milhão de anos a .C.. Aceita-se três etapas na evolução do homem pré-histórico, entre os estudiosos. São elas:

I - PALEOLÍTICO (idade da pedra lascada)

a) Paleolítico inferior: 500.000 – 30.000 a.C.

b) Paleolítico superior: 30.000 – 8.000 a.C.

II - NEOLÍTICO (nova idade da pedra)

8.000 – 5.000 a.C.

III - IDADE DOS METAIS

5.000 – 4.000 a.C.

Esta divisão é evolucionista mas numerosos investigadores da história contestam tal visão. Afirmam que existe grande diversidade cultural entre os grupos humanos e que, diante de determinado problema, cada homem se organiza de um modo, o que resulta em culturas diferentes. Daí conclui-se que certos agrupamentos humanos podem ter simplesmente acelerado um dos estágios ou ter saltado um deles.

A Origem do Homem

A precariedade de informações limita o conhecimento da origem do homem. As primeiras pesquisas datam do final do século XIX; e muitas descobertas de restos humanos ocorreram de modo casual, nem sempre realizadas por especialistas.

A descoberta de traços culturais comuns em grupos afastados indica que, provavelmente, apareceram vários deles em regiões diferentes.

De modo geral, dizemos que há um tronco comum do qual se originaram os grandes macacos (pongidae) e os homens (hominidae). Em determinado momento da evolução, os dois grupos se separaram e cada um apresentou sua evolução própria. Os pongidae apresentaram a forma do gorila, chimpanzé e orangotango; os hominidae ou hominídeos, a forma do atual homo sapiens.

Os Australopithecus



Trata-se do mais antigo hominídeo que se conhece. Foi encontrado na África do Sul e os estudos revelaram que viveu entre 1 milhão e 600.000 a.C.. Apesar do crânio pequeno, possuía traços característicos dos hominídeos. Era bípede e postura mais ereta.

O Homo Habilis e o Pithecanthropus Erectus

O homo habilis viveu há cerca de 2,5 milhões de anos e foi contemporâneo do australoptecus, mas com capacidade craniana ampliada. Esta incluiu carne em sua alimentação, o que provocou mudanças em sua arcada dentária.

Segue-se o terceiro tipo de hominídeo, o Pitecanthropus Erectus, que deve ter vivido entre 500.000 e 200.000 a.C.. O homo erectus, como hoje se denomina, possuía maxilares maciços e dentes grandes, cérebro maior que o tipo anterior e membros mais bem adaptados à postura ereta.

Alguns exemplos:

I - JAVANTROPO
– (Homem de Java): 1,5 metros de altura e deve ter passado a maior parte da existência no chão.

II - SINANTROPO – (Homo Pekinenses): Descoberto na china. Junto do esqueleto havia grande quantidade de facas, raspadores e pontas, o que demonstra elevado estágio de desenvolvimento.

III - PALEANTROPO – (Homem de Heidelberg)

O Homo Neanderthalensis

Encontrado em Neanderthal, Alemanha. Houve descobertas semelhantes frança, Iugoslávia, Palestina e África do Sul. Deve ter existido entre 120.000 e 50.000 a.C.

Este hominídeo possuía capacidade craniana elevada e já vivia em cavernas e deixou inúmeros traços de sua existência.

O Cro-Magnon

Com o homem de Cro-Magnon atinge-se o Homo Sapiens. Chegamos a este estágio por volta de 40.000 a.C., possuía altura acentuada, membros retos e peito amplo, como também, a maior capacidade craniana encontrada até então, o que provou através da arte, da magia e da vida social.

Padrões Culturais da Pré-História

Podemos classificar os estágios culturais da humanidade em selvageria, barbárie e civilização.. A civilização seria posterior à escrita; as demais, características dos homens da pré-história.

Tal visão apresenta dois defeitos básicos, quais sejam:

I. pretende que a civilização em que vivemos seja o modelo, em função do qual se deva julgar todos os outros estágios da evolução;

II. pressupões que todos os povos da pré-história tivessem passado pelas mesmas etapas, o que Não corresponde aos documentos históricos encontrados.

Cada povo tem sua própria cultura e civilização, que devem ser compreendidas no seu momento histórico exato, do contrário, não estaríamos fazendo história, mas tentando demonstrar a superioridade da civilização ocidental.

O surgimento da agricultura se deu entre 8.000 e 5.000 a.C.(neolítico), quando o homem deixou sua vida nômade, sedentarizando-se às margens dos rios e lagos, cultivando trigo, cevada e aveia. Nesta época também domestica ovelhas e gado bovino, otimizando sua cadeia alimentar.. Aí também surgem os primeiros aglomerados urbanos, com finalidade principalmente defensiva. Nesta época também as viagens por terra e mar. Estamos falando da chamada comunidade primitiva, onde o solo pertencia a todos e a comunidade se baseava em laços de sangue, idioma e costumes.

A partir deste ponto, a evolução das comunidades processou-se em duas direções: no sentido da extensão da posse e da propriedade individual dos bens no sentido da transformação das antigas relações familiares.

Durante a idade dos metais (5.000 a 4.000 a.C.), o cobre passou a ser fundido pelo homem, seguindo-se o estanho, o que permitiu a obtenção do bronze, resultante da liga dos dois primeiros. Por volta de 3.000 a.C., produzia-se bronze no Egito e na Mesopotâmia, sendo esta técnica difundida para outros povos a partir daí.

A metalurgia do ferro é posterior e tem início por volta de 1.500 a.C., na Ásia Menor, tendo contribuído decisivamente para a supremacia dos povos que a dominavam e souberam aperfeiçoá-la.


A Origem do Homem Americano

Segundo alguns estudiosos, o continente americano começou a ser povoado há 30.000, 50.000 ou até 60.000 anos atrás. Dos povos mais antigos, os arqueólogos encontraram restos de carvão, objetos de pedra, desenhos e pinturas em cavernas e partes de esqueletos. Dos povos mais recentes encontramos grandes obras como: pirâmides, templos e cidades. Alguns, como os Astecas e os Mais, conheceram a escrita e deixaram documentos que continuam sendo estudados.

Hoje, os pesquisadores admitem que os primeiros habitantes americanos vieram da Ásia, devido à grande semelhança física entre índios e mongóis.

A teoria mais aceita é de que os primitivos vieram a pé, pelo estreito de Behring, na glaciação de 62.000 anos atrás. Outros afirmam que vieram pelas ilhas da Polinésia, em pequenos barcos, tendo desembarcado em diversos pontos e daí se espalhado.

Os vestígios mais antigos da presença do homem no continente foram encontrados em São Raimundo Nonato,PI, Brasil, com idade de 48.000 anos, permitindo a conclusão de que eram caçadores e usavam o fogo para cozinhar, atacar e defender-se dos inimigos, pelos utensílios encontrados

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